Realizámos um inquérito aos médicos internos de Pneumologia do Centro sobre as consequências da pandemia na sua formação. Responderam 19 de um universo estimado de 40 a 50. A quase totalidade (17 em 19) referiu que a sua formação foi prejudicada, com alterações ao plano de estágios em 16. Os estágios mais afetados foram os estágios de Técnicas Invasivas, Pneumologia Clínica e Fisiopatologia Respiratória. As soluções mais frequentemente encontradas para as alterações foram a extensão ou adiamento de estágios e a incorporação do tempo de atividade COVID num outro estágio. A proposta preferida para a solução dos médicos que responderam ao inquérito foi uma maior flexibilidade na programação dos estágios.
Em conclusão, a pandemia parece ter tido consequências diretas na formação de quase todos os futuros pneumologistas. A continuidade da pandemia obriga ao planeamento de estratégias que assegurem a continuidade da formação de forma flexível e equitativa. Estas medidas devem ser discutidas e acordadas com os médicos internos, assegurando a sua contínua colaboração na resposta à pandemia sem comprometer o futuro destes colegas e no fundo da especialidade. A discussão deste tema em fóruns como o Congresso de Pneumologia do Centro Ibérico 2020 é uma iniciativa importante.