“Esta terceira edição foi a que tivemos um maior número de candidaturas. O que, de facto, até nos deixou um pouco surpreendidos, porque no contexto atual sabemos que a disponibilidade das pessoas para redigir projetos de investigação e formar equipas que trabalhem em conjunto não é muito fácil”, destacou o Prof. Doutor Manuel Abecasis, presidente da APCL.
Nas candidaturas recebidas, nesta edição, foi valorizada a componente interdisciplinar dos projetos e a colaboração entre instituições dedicadas ao estudo das áreas de tratamento, diagnóstico, epidemiologia, impacto sociológico da doença e melhoria da qualidade de vida do doente.
O projeto distinguido, Engenharia de células CAR T por um método acessível e não viral de entrega de material genético, consiste no “desenvolvimento de um método de produção bastante mais acessível que os atualmente existentes, de um dos tratamentos mais inovadores e promissores contra cancros hematológicos, que é a terapia celular com células T”, refere a Prof.ª Doutora Rosemeyre Cordeiro, investigadora principal que vai liderar a equipa de investigação de investigação do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra
“Esta área vai ser uma área nova no grupo. Já desenvolvemos, investigação para libertação de material genético, mas direcionado para células tumorais. Neste caso, vamos fazer a modificação genética nos linfócitos T para combaterem as células tumorais. É uma nova área, apesar de ser semelhante, e esta bolsa é uma mais valia para podermos iniciar esta nova área”, salienta a investigadora quanto ao destino da bolsa.
Os projetos foram avaliados por um júri composto por Prof.ª Doutora Maria Gomes da Silva, diretora do Serviço de Hematologia do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, Dr. José Mário Mariz, diretor do Serviço de Onco-Hematologia do IPO do Porto, e pelo Dr. João Raposo, diretor do Serviço de Hematologia do Centro Hospitalar de Lisboa Norte.
A Dr.ª Claúdia Delgado, diretora médica da Gilead, patrocinadora do prémio, manifestou que “é muito interessante vermos que esta área das CAR T cells tem tido muita atração”, acrescentando que o projeto da Prof.ª Rosemeyre Cordeiro” é um caminho de inovação, estamos todos no caminho certo e a percorrer o caminho juntos”, conclui.
Concordante é a opinião do Prof. Doutor Manuel Abecasis que vê com muito promissora a tecnologia desenvolvida pela investigação premiada e que “resta aguardar com grande espectativa pelos resultados que vão obter.”
