De acordo com o Dr. Manuel Azevedo Portela, a consulta de podologia existe em doze hospitais públicos mas deve ser alargada. O presidente da APP salienta que “a contratação de podologistas no Serviço Nacional de Saúde está direcionada para o pé diabético, mas é necessário que a consulta seja transversal, de forma a garantir que todos os doentes possam usufruir de tratamentos podológicos especializados”. “Prevê-se um aumento do número de vagas para o Serviço Nacional de Saúde, a verificar por mais dois concursos abertos, a decorrer em duas novas unidades hospitalares”, conclui o especialista.
O pé diabético é a principal causa de amputação da extremidade inferior. Estima-se que 15% dos doentes diabéticos desenvolvem úlceras nos membros inferiores ao longo dos anos e que 85% das amputações são provocadas por esse tipo lesões.
Por outro lado, as calosidades, os joanetes e as onicopatias (infeções nas unhas) são as alterações mais comuns nos pés. O Dr. Manuel Azevedo Portela acrescenta que “o sexo feminino é o que mais sofre com problemas nesta zona do corpo tão subvalorizada. Após os 60 anos de idade, regista-se uma prevalência de 70% das doenças osteoarticulares nos pés”.
De um modo geral, os pés tendem a alongar e a alargar à medida que envelhecemos. Desta forma, o presidente da APP sublinha a importância de haver uma consciência dessa alteração e “adaptar o tamanho do calçado com o passar dos anos, para evitar deformações nos dedos o prevenir os dolorosos e inestéticos calos”. O médico refere também que é a partir dos 50 anos que começam a surgir as primeiras queixas de problemas nos pés. “Para evitar esta situação, há quem recomende a utilização de calçado com um tamanho superior ao pé, em cerca de 2 cm” remata o presidente da APP e professor adjunto do Instituto Politécnico de Saúde do Norte (IPSN-CESPU).