Vantagem terapêutica do patirómero no tratamento da hipercaliemia e deficiência de ferro

03/10/17
Vantagem terapêutica do patirómero no tratamento da hipercaliemia e deficiência de ferro

No âmbito do Congresso da European Society of Cardiology (ESC 2017), foram reforçados os dados mais recentes que evidenciam a vantagem terapêutica do patirómero no tratamento da hipercaliemia e deficiência de ferro em doentes com insuficiência cardíaca (IC) e doença renal crónica, nomeadamente na melhoria de sintomas e da qualidade de vida destes doentes, assim como na redução da mortalidade.

O Prof. Doutor Peter van der Meer, cardiologista e docente na University Medical Center Groningen (Holanda), foi um dos especialistas que levou ao ESC 2017 as últimas evidências científicas sobre esta área, onde referiu que o patirómero foi desenvolvido para captar o potássio, principalmente no cólon onde este catião tem uma concentração mais elevada, levando à sua eliminação corporal.

O patirómero já foi aprovado nos Estados Unidos da América (EUA), em 2015, e na União Europeia, em julho deste ano, com base nos vários estudos, já decorridos. O OPAL-HK, de Weir MR et al., publicado em 2015, incluiu doentes com doença renal crónica submetidos a inibidores do SRAA e com hipercaliemia. Neste trabalho observou-se um decréscimo dos valores de potássio no soro, em comparação com placebo, tendo como consequência uma redução na recorrência da hipercaliemia.

Um segundo estudo, o PEARL-HF (Pitt B et al., 2011), demonstrou que o patirómero permite a prevenção da hipercaliemia e foi relativamente bem tolerado em doentes com insuficiência cardíaca (IC), sob regime terapêutico standard + espironolactona. Já o ensaio clínico AMETHYST-DN (Bakris GL et al., 2015) concluiu que, em doentes com nefropatia diabética e hipercaliemia, as doses de 4,2 g até 16,8 g de patirómero resultaram numa redução estatisticamente significativa dos níveis de potássio sérico, após quatro semanas de tratamento, mantendo-se estes valores durante as 52 semanas de exposição ao fármaco.

O Prof. Doutor Peter Van der Meer reforçou ainda que os novos captadores de potássio, como o patirómero, são muito eficazes na redução de potássio e têm um perfil de segurança favorável, fazendo com o que a sua utilização permita uma terapêutica de iSRAA com doses otimizadas, particularmente a terapêutica com antagonistas dos recetores mineralocorticoides.

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