As DST abrangidas pelo estudo são causadas pelas bactérias Chlamydia trachomatis, (clamídia genital), Neisseria gonorrhoeae (gonorreia), Mycoplasma genitalium e pelo parasita Trichomonas vaginalis (tricomoníase), cujos dados de prevalência em Portugal são, atualmente, quase inexistentes.
Em comunicado, a Prof.ª Doutora Maria José Borrego, investigadora e coordenadora do Laboratório Nacional de Referência das Infeções Sexualmente Transmissíveis do INSA, explica que "a maioria das DST não causa sintomas, ou seja, os infetados não sentem necessidade de procurar diagnóstico, não são tratados e continuam a transmitir a infeção aos seus parceiros". Neste sentido, considera necessário "atuarmos ao nível da prevenção e da sensibilização, sobretudo porque a população jovem também desconhece as consequências das DST na sua saúde reprodutiva".
A investigadora esclarece ainda que as DST analisadas neste estudo "são curáveis pela simples toma de antibiótico, mas, quando não tratadas, podem causar doença inflamatória pélvica e infertilidade e, por outro lado, potenciam o risco de aquisição e transmissão do VIH/SIDA”. Por isso, considera que “o conhecimento da sua prevalência permitirá implementar medidas de prevenção adequadas".
Paralelamente a esta ação, o rastreio pode ser realizado em qualquer laboratório do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa, a nível nacional.
A participação neste estudo, coordenado pelo INSA, com o apoio do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa, bioMérieux e Genomica, é anónima e gratuita. Para participar, os interessados terão apenas de dar o seu consentimento, preencher um inquérito e fornecer uma amostra de urina, podendo solicitar o acesso aos seus resultados.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estas quatro DST causam mais de 350 milhões de novas doenças por ano, no mundo, sendo as mais frequentes nos jovens sexualmente ativos.