No ano passado, verificou-se um aumento da despesa com a Saúde em 3%, o que significa uma redução em relação aos dois anos anteriores, tendo atingido os 17,3 milhões de euros, que representam 9% do Produto Interno Bruto (PIB) e 1.683.9 euros per capita.
De acordo com o relatório, a despesa das famílias com Saúde desacelerou em 2017, depois de ter aumentado nos últimos três anos. Já a despesa corrente aumentou 4,5% em 2016, reforçando o crescimento observado nos dois anos anteriores (3,6% em 2014 e 3,4% em 2015). No entanto, em 2017 as estimativas preliminares apontam para uma desaceleração da despesa corrente das famílias em Saúde (+1,1%), refere o INE.
"Os aumentos da despesa em prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório (+6,5%), em todas as outras vendas de bens médicos (+4,2%) e em farmácias (+3,0%) foram determinantes nesta evolução", pode ler-se no documento.
Em 2016, as famílias concentraram a sua despesa nos prestadores privados (40,8% em prestadores de cuidados de saúde em ambulatório e 14,3% em hospitais), em farmácias (24,0%) e em todas as outras vendas de bens médicos (10,3%).
Despesa pública privada cresce mais do que a privada
Os dados divulgados avançam ainda que a despesa corrente pública em saúde cresceu, no triénio 2015-2017, mais do que a despesa corrente privada, "reforçando a sua importância relativa no financiamento do sistema de saúde português".
Em 2017, o conjunto dos prestadores públicos representou 39,3% da despesa, sendo que os hospitais com contrato de parceria público-privada (PPP) representaram 20,3% da despesa dos hospitais privados.
"Em 2016, a despesa dos hospitais públicos e dos prestadores públicos de cuidados em saúde em ambulatório cresceu mais do que nos prestadores privados. A conjugação do aumento do consumo intermédio (…) e dos custos com o pessoal (…) determinaram esta evolução", avança o INE.
Nos prestadores privados, o documento destaca o aumento da despesa dos hospitais (4,6%) devido à abertura de novas unidades hospitalares e ao incremento da atividade.
Em 2016, a despesa corrente em Saúde foi financiada, fundamentalmente, pelo Serviço Nacional de Saúde e Serviços Regionais de Saúde das Regiões Autónomas (57%) e pelas famílias (27,8%).
Os subsistemas de saúde públicos representaram 4,2%, as outras unidades da administração pública 3,9% e as sociedades de seguros 3,7%.