P. berghei e E. coli impedem a sua fagocitose por modulação de proteínas da célula hospedeira

20/09/18
P. berghei e E. coli impedem a sua fagocitose por modulação de proteínas da célula hospedeira

Uma equipa de investigadores do Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC-NMS|FCM) e do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), liderada pelo Prof. Doutor Duarte Barral (CEDOC-NMS|FCM) descobriu que o parasita da malária e a bactéria E. coli evitam a sua destruição através da modulação de proteínas recetoras da célula hospedeira (CD36 e TLR4, respetivamente), que são expressas à sua superfície. O estudo foi agora publicado na revista científica Scientific Reports, pertencente ao grupo Nature.

Até agora sabe-se que várias bactérias e parasitas se servem da maquinaria da célula hospedeira para seu proveito, evitando a sua própria destruição ou fagocitose, sem que em muitos dos casos se saiba exatamente como.

Num estudo anterior, os investigadores tinham já demonstrado que o parasita da malária, Plasmodium berghei, e a bactéria E. coli, ao infetarem as células do hospedeiro levam ao aumento da expressão de proteínas da célula hospedeira (Rab14 e Rab9a, respetivamente), cuja consequência é a inibição da fagocitose e consequentemente da sua destruição.

Esta equipa descobriu agora o mecanismo pelo qual estes microrganismos subvertem a fagocitose da célula hospedeira. No caso do parasita da malária, verificou-se que a expressão da Rab14 é necessária para que não haja tantas proteínas recetoras CD36 à superfície da célula, que permitem a fagocitose do parasita e a sua destruição. Num processo paralelo em que apenas mudam os intervenientes, descobriu-se que a expres

Duarte Barral ff864

O Prof. Doutor Duarte Barral salienta que “é interessante que uma bactéria e um parasita tenham evoluído independentemente estratégias semelhantes de escapar à sua destruição, provavelmente por ser a forma mais eficiente de o conseguir”. “Isto revela um conhecimento profundo dos mecanismos celulares por parte dos microrganismos, resultado de milhões de anos de co-evolução”, acrescenta.são de proteína Rab9a é necessária para que não haja tantas proteínas recetoras TLR4, que permitem a fagocitose da bactéria E. coli e sua subsequente destruição.

Este estudo representa um contributo para o crescente conhecimento não só das estratégias usadas por estes microrganismos, mas também dos mecanismos de defesa das células contra eles. Futuramente, este conhecimento poderá ter importância no desenvolvimento de novas estratégias para combater infeções provocadas por este tipo de microrganismos.

 

Partilhar

Publicações