A reunião contou com a presença de 42 especialistas das áreas da Saúde e tecnologia, bem como representantes de entidades públicas nacionais e internacionais, que identificaram diferentes perspetivas sobre o contributo dos dados nas várias áreas da Saúde.
Foi também abordado o papel dos dados enquanto ferramentas para a prestação de cuidados de saúde, mas também como forma de monitorizar a saúde da população, equacionando diferentes contributos da inteligência artificial à exploração de big data para a tomada de decisão e a redução das taxas de morbilidade.
Uma das principais conclusões do evento incidiu sobre a importância da colaboração entre o Estado, empresas e setor social para o desenvolvimento de projetos relacionados com a partilha de dados em saúde, com o objetivo de melhorar a prestação de cuidados. Além disso, ressalvou-se que a partilha dos dados deve fazer-se respeitando os requisitos de privacidade, possível com base em algoritmos de anonimização e chaves encriptadas.
“Estes princípios podem mesmo ser o suporte para a criação de uma base de dados europeia, com o objetivo de partilhar os dados clínicos dos utentes, um passo essencial no sentido da diminuição da morbilidade e da proteção de vidas”, consideraram.
De acordo com o Fórum, o “contributo de vários representantes do Estado português no evento permitiu concluir que o Governo mantém o seu compromisso com a transformação digital do país no setor da Saúde em todas as organizações e através dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde - o braço digital da saúde”.
Assinalou-se ainda que Portugal “quer liderar um processo de transformação dos sistemas nacionais de saúde na União Europeia, que têm de passar a ser centrados na gestão inteligente de dados em saúde”.
O Dr. João de Castro Guimarães, diretor-executivo da GS1 Portugal, ressalva a importância do debate de ideias como forma de reequacionar o futuro da gestão de dados no setor da Saúde: “Ao longo de dois dias, tivemos oportunidade de olhar para os dados na Saúde de uma forma transversal, através da visão crítica de vários interlocutores e especialistas mundiais. Os dados na Saúde, a qualidade com que estes são geridos e analisados, bem como a sua interoperabilidade nos vários sistemas e mecanismos, são temas essenciais e que irão ditar uma resposta cada vez mais eficiente e qualitativa dos cuidados de saúde”, concluiu.