A linha, criada pela Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), pelo Núcleo de Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) e pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), com o apoio da farmacêutica Lilly, envolveu, ao longo de dois meses, 31 médicos endocrinologistas, de medicina interna e de diabetologia em regime voluntário. Os especialistas estiveram disponíveis todos os dias da semana, das 8h às 22h, para responder às questões dos doentes.
“No início, as perguntas que nos chegavam estavam relacionadas com a COVID-19 e a diabetes. As pessoas começaram a ouvir notícias que mencionavam que as pessoas com diabetes eram um dos grupos de risco para quem contrai o novo vírus, e surgiram muitos receios e dúvidas por parte dos doentes, que eram necessárias esclarecer”, no sentido de fazer chegar informação médica ao doente e clarificar mensagens que estavam a ser veiculadas na opinião pública, revela o Dr. Estevão Pape, coordenador do Núcleo de Diabetes Mellitus da SPMI.
O mês de abril foi aquele em que surgiram mais chamadas de questões e pedidos de apoio, dado ao confinamento e Estado de Emergência Nacional em que o país se encontrava. Algumas das principais perguntas que chegaram à linha telefónica prenderam-se com dúvidas sobre as terapêuticas, aumento de peso, controlo dos níveis de glicose no sangue e necessidade de ajuste de tratamento.
Além disso, foram também colocadas algumas questões burocráticas e relacionadas com o teletrabalho, direitos dos doentes com diabetes e autorizações para transporte de insulina no controlo alfandegário.
O Prof. Doutor Davide Carvalho, presidente da SPEM, adianta que devido ao decréscimo do número de chamadas registadas, algo relacionado com o desconfinamento e a remarcação de consultas médicas, a linha de apoio voluntária foi desativada. Contudo, complementa que “as sociedades vão continuar o seu trabalho de apoio aos médicos, profissionais de saúde e doentes, nos moldes que existiam até aqui. Fazemos um balanço muito positivo da linha telefónica, que teve um papel essencial durante o confinamento social”.
Muitas das pessoas que contactaram a linha tinham 40 ou mais anos, em concordância com o perfil das pessoas que têm diabetes mellitus tipo 2. No entanto, também registaram chamadas de doentes mais jovens, com diabetes mellitus tipo 1.
Verificou-se também uma procura por parte de familiares, amigos e cuidadores de pessoas que vivem com diabetes, que procuraram esclarecer algumas dúvidas. Apesar das chamadas terem sido feitas maioritariamente do território português, verificaram-se também contactos de portugueses a viver no estrangeiro, como a Suíça e o México.